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Foto do escritorDaniella Brites

Onde é o melhor lugar para viver o último dia de vida?

 Se você perguntar para a maioria das pessoas onde gostariam de passar o último dia de vida, a resposta mais comum será: em casa. Essa ideia é reforçada por filmes, novelas e histórias que romantizam a morte no lar como o cenário ideal.

 

Mas será que isso reflete a realidade?

 

Doenças crônicas como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer ou insuficiência renal frequentemente trazem sintomas intensos e desafiadores no fim da vida: dor, falta de ar, delírio. Nessas situações, garantir o alívio dos sintomas e o cuidado adequado nem sempre é possível em casa, especialmente considerando a falta de assistência 24 horas e o suporte emocional necessário para os familiares.

 

Essa foi uma reflexão que vivi de perto recentemente. Minha avó faleceu em casa. A família deu tudo de si para oferecer o melhor cuidado, mas foi extremamente desafiador. Houve momentos em que me questionei: será que ela sofreu demais? Fizemos o melhor que podíamos, mas o manejo dos sintomas e o desgaste emocional foram enormes.

 

No meu trabalho, oriento as famílias com uma frase que se tornou essencial para mim:

“Ficamos em casa enquanto conseguimos cuidar com dignidade e suporte.”

Porém, nem sempre essa escolha é viável, especialmente diante das limitações da realidade do nosso país.

 

Onde é, então, o melhor lugar para morrer?

A resposta é: o melhor lugar para morrer é onde se tem o cuidado necessário. Isso inclui:

·         Alívio dos sintomas: garantir conforto físico e emocional.

·         Cuidado digno: preservar a dignidade até o último momento.

·         Apoio emocional: para o paciente e para os familiares que enfrentam essa despedida.

·         Equipe preparada: profissionais capacitados para lidar com o momento.

·         E esse lugar pode ser a casa, mas também pode ser o hospital.

 

Muitas vezes, o hospital é o espaço onde podemos oferecer suporte mais eficaz diante de situações desafiadoras. O mais importante não é o local físico, mas o cuidado que envolve o fim da vida.

Importante os profissionais de saúde saberem identificar e manejar o Fim de Vida.



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